Vestimentas Japonesas - Kimono
No Japão o vestuário divide-se em duas grandes categorias: wafuku (vestimenta japonesa ou de estilo japonês) e yofuku (vestimenta ocidental ou de estilo ocidental).
O kimono era até meados da era Meiji um traje típico japonês usado por homens, mulheres e crianças, seu nome é a junção dos termos arcaicos Ki, que significa "vestir" com o termo Mono, que pode significar "coisa" ou "objeto", e assim, o termo "Kimono" pode ser traduzido como "coisa para se vestir", ou seja, "roupa", simplesmente.
Com o processo de ocidentalização, que também atingiu o vestuário, os kimonos foram em grande parte substituídos pelo vestuário ocidental, mas permaneceram fortemente ligados à cultura popular japonesa, de modo que o termo "Kimono" é modernamente utilizado para se referir à todo o vestuário tradicional japonês, o que inclui as vestimentas masculinas, infantis e sarcedotais. A cultura ocidental costuma confundir o significado do termo "Kimono", relacionando-o com as vestimentas formais femininas japonesas, como o Furiode e o Homongui, que são apenas alguns dos vários tipos de kimonos ainda utilizados.
Inicialmente durante o período Yamato, a antiguidade japonesa, homens, mulheres e crianças usavam roupas bem parecidas, de mangas retas compridas e apertadas, e a partir deste primeiro momento, as roupas começaram a evoluir no sentindo de distinguirem seus usuários.
Nestes primeiros momentos, os kimonos incorporaram as influências vindas da china, mas logo começaram e seguir sua própria evolução, especialmente durante o isolamento do período Tokugawa, quando o vestuário tradicional como o conhecemos hoje se consolidou. Mas com o fim do Shogunato e o início da era Meiji, as tradições japonesas, inclusive a dos kimonos, sofreram um forte recuo por conta da invasão da cultura ocidental.
Os kimonos foram rapidamente saindo de uso, em parte devido aos esforços do governo, que passou a dotar as forças policiais, militares e de serviços públicos com uniformes em estilo ocidental, mas em grande parte pela abertura comercial. As pessoas passaram a preferir as roupas ocidentais mais baratas, mais fáceis de vestir e que não limitavam tanto os movimentos.
Depois da Segunda Guerra e durante o "Milagre Japonês", os trajes tradicionais já não eram tão comuns e o estilo ocidental passou a dominar o vestuário cotidiano, com as firmas japonesas uniformizando seus funcionários, inclusive as mulheres que começaram a ingressar no mercado de trabalho, exigindo destes que comparececem ao trabalho de roupas formais ocidentais. A conhecida ditadura da gravata.
Atualmente o kimono é usado apenas em ocasiões especiais, como solenidades formais, comemorações, casamentos, e afins. Dentre todos os Kimonos, os mais famosos são sem dúvida os trajes femininos, que se tornaram um dos grandes cartões postais do Japão. Podem ser usados na companhia de tamancos de madeira chamados "okobo" para não deixar o kimono arrastar no chão.
Dependendo de estampas e cores, os kimonos seguem uma etiqueta, uma hierarquia cujo uso depende da ocasião, da estação do ano, do sexo, do grau de parentesco ou do estado civil da pessoa que o usa. Veja a seguir os principais tipos de kimono:
FURISODE - "mangas que balançam", kosode feminino cujas mangas possuem 70 cm a 90 cm de comprimento. É o kimono formal das moças solteiras, ricamente estampado, fechado com obi em brocado multicolorido e brilhante amarrado em grandes laços nas costas. É geralmente usado no Seijin Shiki (Cerimônia da Maturidade, no mês de janeiro no ano em que a moça completa 20 anos) e pelas moças solteiras aparentadas da noiva nas cerimônias e recepções de casamento.
HOUMONGI - "traje de visita", kimono liso de uma só cor, geralmente em tons pastéis, com profusa decoração em um dos ombros e uma das mangas, e das coxas para baixo, sem kamons (escudos de família). Considerado um pouco menos formal que o irotomesode, em cerimônias de casamento é usado por mulheres casadas ou solteiras, que geralmente são amigas da noiva. O houmongi também pode ser usado em festas formais ou recepções.
TSUKESAGE - Comparado ao houmongi, o tsukesage tem uma decoração um pouco mais discreta e é considerado menos formal que o houmongi. Dos kimonos que podem ser usados diariamente por casadas e solteiras, é o mais requintado.
IROMUJI - kimono de uma só cor, que pode ter textura mas sem decoração em outra cor, usado principalmente em Cerimônias do Chá. Pode ter um pequeno bordado decorativo ou um kamon (escudo de família) nas costas. É um kosode semi-formal, considerado elegante para uso diário.
KOMON - "estampa pequena", kimono feito com seda estampada com desenhos pequenos repetidos por toda a peça. Considerado casual, pode ser usado para sair pela cidade ou para jantar em um restaurante. Pode ser usado por casadas e solteiras.
Tomesode - "mangas encurtadas", kosode feminino de seda, forrado em seda de cor diferente, cujas mangas possuem 50 cm a 70 cm de comprimento. A expressão deriva do costume de que quando as mulheres se casavam elas passavam a usar kimonos com as mangas curtas - ou cortavam as mangas dos kimonos - como símbolo de fidelidade ao marido. A maior parte dos kosode usados por mulheres são desse tipo.
YUKATA - kimono informal de algodão estampado, sem forro. Mulheres usam os de grandes estampas, geralmente de flores, com obi largo, e os homens usam os de pequenas estampas, com obi estreito. O yukata é mais usado em matsuris (festivais), mas também pode ser usado diariamente em casa. Ryokans (hotéis ou pousadas tradicionais) e onsens (resorts com termas) costumam disponibilizar yukatas para todos os hóspedes. UCHIKAKE - É o mais rico e refinado kimono, sendo uma espécie de sobretudo que veste a noiva na cerimônia de casamento. O tecido de seda leva brocados de ouro e prata, mais comumente com desenhos de flores ou pássaros. Enquanto os vestidos ocidentais são confeccionados sob medidas específicas para cada pessoa, o kimono é feito em medidas aproximadas. Assim, o ajuste e caimento ficam por conta da maneira como ele é vestido. Isso requer uma técnica especial, que requer a ajuda de profissionais especializadas. É um ritual que exige paciência e refinamento, sendo impossível para uma mulher vesti-lo sozinha. Há forros, sobreposições e metros de tecido que devem ser dobrados e ajustados em seu devido lugar. A cinta, chamada "obi" é tão longa que ela não pode tirá-lo do chão sem ajuda. |
KIMONOS CERIMONIAIS INFANTIS
Shichi-go-san (7-5-3) é o nome de uma cerimônia xintoísta na qual as meninas e 7 e 3 anos, e os meninos de 5 anos de idade, vestem kimonos especiais e visitam o templo para pedir saúde e boa sorte em seu crescimento. As meninas são vestidas como mini-gueixas, destacando-se a cor vermelha, e os meninos usam uma versão miniatura de um traje formal completo de samurai. A haori dos meninos são estampadas com imagens de samurais famosos (normalmente a figura de Minamoto no Yoshitsune, também chamado de Ushiwakamaru, herói do Heike Monogatari - O Conto de Heike).
Fonte: http://www.culturajaponesa.com.br/
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